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A transição alimentar em curso

Sistemas alimentares
31.10.2023

As formas de produção e as estruturas de beneficiamento, distribuição e comercialização de alimentos são fatores centrais para a transformação dos sistemas alimentares. Cadeias alimentares que valorizem a biodiversidade, o fomento a circuitos curtos de produção e consumo de alimentos, relações justas de trabalho e o fortalecimento de dietas alimentares locais, capazes de centralizar o papel de pequenos produtores, povos e comunidades tradicionais contribuem para a promoção de sistemas alimentares saudáveis, justos e sustentáveis.

Desponta como protagonista dessa reconfiguração das formas de produção, beneficiamento, distribuição e comercialização de alimentos a agricultura familiar, frequentemente articulada à agroecologia, que vive uma crescente aposta mundial por seus benefícios socioambientais, educativos e de saúde pública.

No entanto, ainda são insuficientes os incentivos públicos, fundamentais ao desenvolvimento dessas e outras perspectivas e práticas favoráveis à transição para uma nova realidade dos sistemas alimentares no Brasil. Este desinvestimento se dá na contramão do forte incentivo por meio de subsídios do Estado para o agronegócio, a exemplo do que revela o recém-lançado estudo “O custo da soja para o Brasil: renúncias fiscais, subsídios e isenções da cadeia produtiva”.

Identificando essa lacuna e viés nas políticas públicas relacionadas à questão alimentar no Brasil, organizações da sociedade civil se dedicam ao avanço de práticas e produção de conhecimento voltadas à construir e avançar na viabilidade da transformação de sistemas alimentares. Confira a seguir algumas das iniciativas apoiadas pelo Instituto Ibirapitanga que mostram que a transição para uma realidade mais justa e sustentável já está em curso.

 

PARTE 1 | Experiências práticas que favorecem a transição

 

Plataforma Muká

Idealizada e coordenada pela Tabôa Fortalecimento Comunitário, a Plataforma Muká

fortalece a produção agroecológica por meio de acesso ao crédito e acompanhamento técnico rural especializado. Realizada em parceria com a Rede Povos da Mata, no Sul da Bahia, a plataforma trabalha com todas as dimensões da agroecologia, indo além do cultivo de alimentos orgânicos e incluindo estratégias para a conquista da soberania e da segurança alimentar e nutricional de agricultores familiares, ressaltando também o reconhecimento e a valorização da dimensão sociocultural do alimento.

A amplitude do trabalho se desdobrou em uma diversidade de resultados que afirmam o potencial da agroecologia quando incentivada. Na frente de produção, a plataforma permitiu o avanço de sistemas agroflorestais e a ampliação da produção, atendendo a mercados exigentes em torno da qualidade, a exemplo da venda de cacau para marcas de chocolate de origem sustentável. O eixo de beneficiamento facilitou a legalização, adequação sanitária, consolidação de procedimentos em agroindústrias, bem como o ganho de experiência da Rede Povos da Mata para participação em processos de regulamentação em estruturas governamentais. Com a frente de certificação, a Muká promoveu fortalecimento e expansão de grupos dentro de redes agroecológicas para garantia do fluxo de manutenção das certificações de produtos orgânicos. Respeitando a lógica de abastecimento prioritário para o autoconsumo, por meio do eixo de comercialização, o excedente dos produtos foi escoado para circuitos estaduais e, além deles, através de feiras, entrepostos e participação em programas governamentais como o PNAE — Programa Nacional de Alimentação Escolar e PAA — Programa de Aquisição de Alimentos. Por fim, por meio do acesso ao crédito, a cadeia de benefícios foi estendida com aplicações em frentes de equipamento, agroindústria, oleicultura, capital de giro e investimento na agroecologia, o que mostra o potencial da iniciativa de apoiar a estruturação financeira da agricultura familiar.

Agroecologia e abastecimento popular de alimentos

A iniciativa conduzida pelo MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores fortalece experiências territoriais de produção agroecológica e abastecimento popular, estimulando, através da cooperação e solidariedade, a relação campo-cidade, a organização social e a comunicação em torno da soberania alimentar. O projeto atua em duas frentes: (i) experiências de organização social e produtiva baseadas na agroecologia, cooperação, protagonismo feminista e juvenil, agregação de valor e produção de cultura, comercialização em circuitos curtos e abastecimento popular; e (ii) ações de comunicação com foco na divulgação das experiências agroecológicas, para potencializar seu alcance social e apoio para os sistemas alimentares baseadas na agricultura camponesa, agroecologia, cooperação e desenvolvimento territorial.

As experiências se voltaram tanto para ações locais, quanto para apoio à estruturação de programas de governo federal e estadual relacionados à soberania alimentar. Houve destaque para os espaços Raízes do Brasil em Picos (PI), no Rio de Janeiro (RJ) e em Salvador (BA), que viveram um ciclo de fortalecimento a partir de ações junto a entidades parceiras, como mutirões, visitas técnicas, cursos, articulação política, atividades com mulheres e participação na organização do 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia. No Espírito Santo foram realizadas atividades voltadas à expansão de produção e das experiências de produção agroecológica de bioinsumos, cachaça e farinha. No Rio Grande do Sul, a iniciativa atuou na implantação de sistemas agroflorestais, bem como na formação e capacitação em agroecologia para jovens e mulheres e na transição agroecológica. No estado, também foram realizadas a VI Festa da Semente Crioula e a I Feira Regional da Economia Solidária. Essas e outras atividades realizadas pelo MPA recentemente passaram a ser divulgadas pela newsletter MPA Informa.

Por meio da iniciativa Agroecologia e abastecimento popular de alimentos, o MPA fomenta a criação de tecnologias sociais entre campo e cidade voltadas a viabilizar o abastecimento com alimentos agroecológicos, favorecendo a soberania alimentar.

Fortalecimento da agricultura ancestral Terena

Realizada pela organização indígena Caianas – Coletivo ambientalista indígena de ação para natureza, agroecologia e sustentabilidade, a iniciativa viabiliza um conjunto de oficinas formativas, com temáticas etnoagroecológicas, com agricultoras/es das terras indígenas Cachoeirinha, Pilad Rebuá e Lalima, situadas no município de Miranda, no Mato Grosso. A organização estimula que novas pessoas, entre elas, mulheres, jovens, crianças, lideranças, caciques e anciãos, incorporem os princípios e filosofia da agricultura ancestral Terena e produzam seus próprios alimentos nos territórios indígenas mapeados.

Beneficiando alimentos saudáveis e saberes no território Extremo Sul da Bahia

Nesta iniciativa, a EPAAEB — Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto se dedica à implementação de uma unidade de processamento mínimo de produtos de origem vegetal, para produção de polpas de frutas, desidratação de frutas e condimentos. A implementação inclui formações teóricas e práticas com camponesas/es, para aprimorar seus conhecimentos sobre o processo de colheita, transporte e beneficiamento de produtos vegetais.

O conteúdo das formações traz a perspectiva de valoração da produção, da importância da diversificação e das vantagens do beneficiamento para impulsionar o acesso aos diferentes mercados; bem como capacita sobre os cuidados com a produção do plantio, passando pelo manejo nutricional e fitossanitário, ressaltando sua importância na qualidade dos frutos e dos produto.

A iniciativa fomenta o aprimoramento das condições de geração de renda no campo, bem como estimula a produção vegetal de base agroecológica, agregando valor à produção através do processamento mínimo, diminuindo as perdas pós colheita e aumentando a vida útil dos produtos, bem como o acesso da população do campo e da cidade à alimentos saudáveis.

Baquité quilombola: tradições alimentares

A iniciativa conduzida por Acorquirim — Associação Da Comunidade Negra Rural Quilombo Ribeirão Da Mutuca atua para o fortalecimento de práticas tradicionais de produção e preparo dos alimentos das comunidades quilombolas da baixada cuiabana em Mato Grosso, com ações de troca de sementes, mudas crioulas nativas e trocas de conhecimento em torno da importância da cultura alimentar das famílias para conservação do Pantanal.

Projeto da Barragem: a obra da Mãe Natureza é o alimento da fé viva!

Promovendo um conjunto de ações voltadas ao reconhecimento, fortalecimento e registro das práticas, memórias e narrativas que potencializam a vida na comunidade quilombola, esta iniciativa é realizada pelo Coletivo de agricultores e criadores de peixes em barragem do território quilombola Santa Rosa dos Pretos. O Projeto da Barragem viabiliza o aprimoramento da atividade produtiva, com a reestruturação dos açudes e tanques criatórios de peixes, bem como com a reforma da casa de apoio do projeto e o fortalecimento das práticas e saberes tradicionais, com o envolvimento e participação de mestras e mestres da cultura popular, artesãos, agricultores, mulheres e jovens da comunidade. O projeto também prevê a realização de ações formativas com foco na autonomia alimentar, saberes ancestrais e no fortalecimento de estratégias e práticas territoriais de redes de cuidado no enfrentamento às crises climáticas.

 

PARTE 2 | Produção de conhecimento sobre os resultados e possibilidades da agroecologia

 

Futuros alimentares sustentáveis

Conduzida pelo Sopas – Grupo de pesquisa em sociologia das práticas alimentares, a iniciativa fortalece o grupo de estudos e suas discussões em torno de três linhas de pesquisa: (i) dietas alimentares; (ii) inovações nos sistemas alimentares e movimentos sociais; (iii) justiça e democracia alimentar. A série Futuros alimentares sustentáveis produz um conjunto de reflexões sobre práticas, políticas e inovações para contribuir com debates internos e abertos ao público, por meio de projetos coletivos de pesquisa e produção de publicações entre os membros do grupo.

Uma das publicações da série, “A digitalização dos mercados na agricultura familiar”, de Jeferson Tonin, aborda como a partir da pandemia de covid-19 as organizações da agricultura familiar tiveram de ganhar capacidade para a construção de mercados digitais para ofertar alimentos diretamente aos consumidores, que passaram a valorizar ainda mais a comodidade de receber os alimentos em casa. A publicação define a digitalização dos mercados como amplo processo social que está reconfigurando os sistemas alimentares, com potencial de estimular práticas de inclusão produtiva, contribuindo com a diminuição das desigualdades de acesso às cadeias de comercialização. O autor Jeferson Tonin pontua ainda que, quando se trata da agricultura familiar, o papel de associações e cooperativas é central para que estes novos formatos de comercialização contribuam para essa diminuição das desigualdades sociais e econômicas.

Agroecologias do Brasil: desafios e oportunidades

A pesquisa é um dos esforços do COI — Centro de Orquestração de Inovações da WTT — World-transforming Technologies, que busca fortalecer a agricultura familiar de base ecológica e acelerar a transição da agricultura tradicional para esse modelo, através do desenvolvimento de inovações que respondam aos seus desafios e impulsionem as suas oportunidades. “Agroecologias do Brasil: desafios e oportunidades” é o primeiro de dois estudos voltados a promover visibilidade aos desafios sócio-técnicos da agricultura de base ecológica.

A publicação traz um resumo das principais descobertas do estudo e conta com um modelo conceitual próprio para o eixo de Agricultura Regenerativa do COI / WTT, além de um mapeamento de territórios e regiões brasileiras que vivenciam o processo de transição para a agroecologia, a partir do cruzamento de dados secundários do IBGE, MAPA e ICMBIO, entre outras análises de desafios e oportunidades para a transição agroecológica de norte a sul do Brasil.

Doações relacionadas

  • Sistemas alimentares

    Tabôa Fortalecimento Comunitário

    A Tabôa, fundação comunitária fundada em 2006, atua no Sul da Bahia, onde orienta pessoas, negócios e organizações para o fortalecimento e sustentabilidade de comunidades locais.

    Saiba mais
    • Circuitos agroecológicos

      Sobre a doação

      Projeto voltado a integrar e potencializar redes agroecológicas de produção de alimentos por meio do desenvolvimento de novos modelos de crédito e comercialização para fortalecer a produção e o beneficiamento das safras. O projeto trabalha com a Rede Ecovida, que conta com 5 mil famílias nos estados do RS, PR e SC e com a Rede Povos da Mata, maior rede agroecológica do Nordeste, criada no Sul da Bahia, com 700 famílias associadas.

       

      Valor

      R$ 360.677,00

      Duração

      6 meses

      Ano

      2018
    • Circuitos agroecológicos

      Sobre a doação

      Apoio voltado a contribuir para a alimentação saudável e a proteção da sociobiodiversidade no campo em parceria com a Rede de Agroecologia Povos da Mata (BA) para a estruturação de circuitos de comercialização com a Rede Ecovida. O projeto busca prestar assistência técnica rural especializada em agroecologia (BA), apoiar a estruturação de agroindústrias (BA) e de circuitos de comercialização das Redes Povos da Mata e Ecovida (RS, PR e SC). Para isso, estão previstas a criação de uma estação de comercialização em São Paulo e a operação de linhas de crédito para produção, beneficiamento e comercialização.

       

      Valor

      R$ 314.136,13

      Duração

      12 meses

      Ano

      2019
    • Circuitos agroecológicos

      Sobre a doação

      Apoio à estruturação de circuitos de comercialização longos e curtos entre redes agroecológicas e mercados consumidores, em parceria com a Rede Povos da Mata (BA). Investindo nos quatro eixos críticos para o desenvolvimento da agroecologia – produção, beneficiamento, comercialização e crédito – o projeto dará continuidade ao desenho constituído em seus ciclos anteriores.

      Valor

      R$ 264.000,00

      Duração

      12 meses

      Ano

      2020
    • Apoio de enfrentamento às enchentes que atingiram o sul da Bahia

      Sobre a doação

      Apoio emergencial destinado à compra de 134 colchões distribuídos entre os moradores dos bairros de Irmã Dulce, Praça da Mangueira, Alagadinho e Waldeck Ornelas, em Uruçuca, Bahia. A articulação foi feita em colaboração com agentes de saúde, que identificaram os locais mais atingidos pelas enchentes que acometeram o sul da Bahia, em dezembro de 2021.

      Valor

      R$ 20.000,00

      Ano

      2021
    • Plataforma Muká

      Sobre a doação

      Apoio ao fortalecimento da produção agroecológica, por meio de acesso ao crédito e acompanhamento técnico rural especializado. O apoio viabiliza: (i) acesso ao crédito para aumento de produtividade dos 280 agricultores familiares da Rede Povos da Mata, no Sul da Bahia; e (ii) capacitações sobre técnicas de manejo agroecológico, certificação participativa, implantação de horta e compostagem.

      Valor

      R$ 150.000,00

      Duração

      12 meses

      Ano

      2023
  • Sistemas alimentares

    MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores

    O MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores é um movimento camponês, de caráter nacional e popular, de massas, autônomo, de luta permanente, cuja base social é organizada em grupos de famílias nas comunidades camponesas. O MPA busca resgatar a identidade e a cultura camponesa na sua diversidade. Se coloca ao lado de outros movimentos populares do campo e da cidade para a construção de um projeto popular para o Brasil baseado na soberania e pelos valores de uma sociedade justa e fraterna.

    Saiba mais
    • Agroecologia e abastecimento popular de alimentos

      Sobre a doação

      Apoio para potencializar a produção agroecológica e coordenar ações de abastecimento popular de alimentos em meio à crise sanitária e econômica que o país enfrenta em função da pandemia de Covid-19. O apoio concentra ações em três eixos: (i) produção agroecológica e abastecimento popular; (ii) campanha nacional Mutirão contra Fome, voltada à doação de cestas básicas de alimentos da agricultura camponesa para famílias de baixa renda e em vulnerabilidade social; (iii) comunicação, com foco na difusão das ações do Movimento de Pequenos Agricultores, para ampliação de seu alcance e, principalmente, da Campanha Mutirão contra a Fome.

      Valor

      R$ 300.000,00

      Duração

      8 meses

      Ano

      2020
    • Agroecologia e abastecimento popular de alimentos

      Sobre a doação

      Apoio voltado à continuidade das ações de fortalecimento das experiências territoriais de produção agroecológica e abastecimento popular, estimulando, através da cooperação e solidariedade, a relação campo-cidade, a organização social e a comunicação em torno da soberania alimentar. O projeto está organizado para atuar em cenário de transição para o período pós-pandemia, em dois eixos de ações: (i) experiências de organização social e produtiva baseadas na agroecologia, cooperação, protagonismo feminista e juvenil, agregação de valor e produção de cultura, comercialização em circuitos curtos e abastecimento popular; (ii) ações de comunicação com foco na divulgação das experiências agroecológicas potencializando seu alcance social em vistas de construir apoio para os sistemas alimentares baseadas na agricultura camponesa, agroecologia, cooperação e desenvolvimento territorial.

      Valor

      R$ 450.000,00

      Duração

      24 meses

      Ano

      2021
    • Sistemas Alimentares Sustentáveis

      Sobre a doação

      Apoio para dar continuidade às ações de fortalecimento das experiências territoriais de produção agroecológica e abastecimento popular, estimulando por meio da cooperação e solidariedade a relação campo-cidade, a organização social e a comunicação em torno da força material e simbólica da soberania alimentar. Por meio do apoio, a iniciativa espera: (i) viabilizar a capacitação, acompanhamento e apoio financeiro aos quadros de base (ii) garantir a melhoria nos processos de produção agroecológica, avançar nos projetos de agroindústria e bioinsumos, expandindo as feiras e estratégias de circulação da produção camponesa; e (iii) fomentar formações em rede, com a realização do Curso em biopoder camponês, voltado às bases produtivas, onde se discutem e realizam práticas agroecológicas.

      Valor

      R$ 600.000,00

      Duração

      24 meses

      Ano

      2024
    • Apoio às ações emergenciais em razão das enchentes ocorridas no estado do Rio Grande do Sul

      Sobre a doação

      O MPA está mobilizando a produção de alimentos em territórios que não foram atingidos com maior intensidade para abastecer as cozinhas solidárias. Além disso, a organização está participando da Missão Sementes de Solidariedade – da qual fazem parte também CPT — Comissão Pastoral da Terra, MAB — Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragens, Rede de Agroecologia Ecovida e outras 12 organizações e cooperativas camponesas. A Missão está voltada a garantir apoio à reconstrução e reestruturação produtiva dos camponeses e camponesas.

      Valor

      R$ 100.000,00

      Duração

      6 meses

      Ano

      2024
  • Sistemas alimentares

    CAIANAS – Coletivo Ambientalista Indígena de Ação para Natureza, Agroecologia e Sustentabilidade

    Organização indígena que tem como missão a defesa da qualidade de vida plena e do meio ambiente, mais diretamente do Cerrado e do Pantanal. Sua missão é o fortalecimento e defesa dos direitos dos territórios, pela autonomia das famílias indígenas, através de práticas culturais e etnoagroecológicas no cuidado, na luta e no cultivo da terra.
    Saiba mais
    • Fortalecimento da agricultura ancestral Terena

      Sobre a doação

      Apoio para viabilizar um conjunto de oficinas formativas, com temáticas etnoagroecológicas, com agricultoras/es das terras indígenas Cachoeirinha, Pílad Rebuá e Lalima, situadas no município de Miranda, no Mato Grosso. Por meio do apoio, a organização estimula que novas pessoas, entre elas, mulheres, jovens, crianças, lideranças, caciques e anciãos, incorporem os princípios e filosofia da agricultura ancestral Terena e produzam seus próprios alimentos nos territórios indígenas mapeados. 

      Valor

      R$ 100.000,00

      Duração

      12 meses

      Ano

      2022
    • Tecendo futuro

      Sobre a doação

      Apoio voltado à criação do Centro de formação Kayanás, um espaço alternativo para efetivar o  sistema educacional tradicional Terena. A iniciativa busca fortalecer as diretrizes de interculturalidade, especificidade e multilinguismo previstas nos normativos que regulamentam a educação escolar indígena, considerando que a complexidade da educação tradicional Terena não se adequa às burocracias do Estado. O Centro será estruturado para viabilizar a transmissão de conhecimentos, práticas e saberes ancestrais do povo Terena, com foco em: (i) resgatar e fortalecer práticas agrícolas tradicionais dos povos indígenas Terena, promovendo sua reintegração às comunidades atuais e valorizando técnicas em harmonia com a natureza; (ii) implementar um modelo educacional em que indígenas ensinam a outros indígenas, promovendo uma troca intergeracional de conhecimentos e fortalecendo tradições agroflorestais e culturais; (iii) garantir autonomia das aldeias por meio da diversificação de sementes, recuperação de nascentes e fortalecimento da produção local, assegurando saúde, biodiversidade e controle alimentar sustentável.

      Valor

      R$ 100.000,00

      Duração

      12 meses

      Ano

      2024
  • Sistemas alimentares

    EPAAEB — Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto

    A EPAAEB contribui para a formação técnica e organizativa de famílias assentadas, numa perspectiva da transição para agroecossistemas sustentáveis, alinhando produção diversificada de alimentos com a recuperação da biodiversidade. Entre as ações da escola, destaca-se a formação continuada de agricultoras/es a partir do fornecimento de cursos técnicos e práticos, com utilização de suas unidades de produção vegetal e criação animal.  
    Saiba mais
    • Beneficiando alimentos saudáveis e saberes no território Extremo Sul da Bahia

      Sobre a doação

      Apoio para viabilizar a implementação de uma unidade de processamento mínimo de produtos de origem vegetal, para produção de polpas de frutas, desidratação de frutas e condimentos. A implementação prevê formações teóricas e práticas com camponesas/es, voltadas ao aprimoramento de seus conhecimentos relacionados ao processo de colheita, transporte e beneficiamento de produtos vegetais. O apoio possibilita que a iniciativa aprimore as condições de geração de renda no campo, bem como estimula a produção vegetal de base agroecológica, agregando valor à produção através do processamento mínimo, diminuindo as perdas pós colheita e aumentando a vida útil dos produtos e o acesso da população do campo e da cidade à alimentos saudáveis.

       

       

      Valor

      R$ 100.000,00

      Duração

      12 meses

      Ano

      2022
  • Sistemas alimentares

    ACORQUIRIM — Associação da Comunidade Negra Rural Quilombo Ribeirão da Mutuca

    A ACORQUIRIM é uma instituição sem fins lucrativos, criada para fortalecer a luta quilombola. Está presente no estado de Mato Grosso, com sede no município de Nossa Senhora do Livramento. Sua missão é congregar e representar os quilombolas, além de preservar sua identidade cultural e socioeconômica para defender os interesses coletivos da população quilombola.  
    Saiba mais
    • Baquité quilombola: tradições alimentares

      Sobre a doação

      Apoio para o fortalecimento de práticas tradicionais de produção e preparo dos alimentos das comunidades quilombolas da baixada cuiabana em Mato Grosso, com ações de troca de sementes, mudas crioulas nativas e trocas de conhecimento em torno da importância da cultura alimentar das famílias para conservação do Pantanal. O projeto prevê reconhecimento e  premiação de comunidades durante a Feira Quilombola, em Cuiabá. 

       

      Valor

      R$ 100.000,00

      Duração

      12 meses

      Ano

      2022
  • Sistemas alimentares

    Coletivo de Agricultores e Criadores de Peixes em Barragem do Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos

    O Coletivo de agricultores e criadores de peixes em barragem do território quilombola Santa Rosa dos Pretos surgiu a partir da construção de açudes para criação de peixes em 2015. Foi formado para resistir às violações de direitos humanos e ambientais por órgãos do Estado, grandes empresas e latifundiários. A organização tem como objetivos revelar o racismo ambiental e institucional, criar estratégias de resistência às violações, além de fortalecer a piscicultura e agricultura familiar como uma forma de produção alimentar autônoma.
    Saiba mais
    • Projeto da Barragem: a obra da Mãe Natureza é o alimento da fé viva!

      Sobre a doação

      Apoio a um conjunto de ações voltadas ao reconhecimento, fortalecimento e registro das práticas, memórias e narrativas que potencializam a vida na comunidade quilombola. O apoio viabiliza o aprimoramento da atividade produtiva do projeto da barragem, com a reestruturação dos açudes e tanques criatórios de peixes, bem como com a reforma da casa de apoio do projeto e o fortalecimento das práticas e saberes tradicionais, com o envolvimento e participação de mestras e mestres da cultura popular, artesãos, agricultores, mulheres e jovens da comunidade. O projeto também prevê a realização de ações formativas com foco na autonomia alimentar, saberes ancestrais e no fortalecimento de estratégias e práticas territoriais de redes de cuidado no enfrentamento às crises climáticas e à covid-19.

      Valor

      R$ 100.000,00

      Duração

      11 meses

      Ano

      2022
  • Sistemas alimentares

    SOPAS – Grupo de Pesquisa em Sociologia das Práticas Alimentares

    O SOPAS é um grupo de pesquisa vinculado ao PPGS — Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cujo objetivo é articular pesquisas que, utilizando aportes teóricos pragmáticos e praxiológicos, analisam o modo como práticas sociais inovadoras (da produção ao consumo) estão redesenhando a dinâmica dos sistemas alimentares.  
    Saiba mais
    • Futuros alimentares sustentáveis

      Sobre a doação

      Apoio para fortalecer o grupo de estudos e suas discussões em torno de três linhas de pesquisa — (i) dietas alimentares; (ii) inovações nos sistemas alimentares e movimentos sociais; (iii) justiça e democracia alimentar —, para articular ações e contribuir com organizações que atuam em prol da construção de sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis, solidários e justos. Por meio do apoio, a iniciativa vai produzir um conjunto de reflexões sobre práticas, políticas e inovações para contribuir com debates internos e abertos ao público sobre os temas tratados nos documentos técnicos produzidos por meio de projetos coletivos de pesquisa e produção de publicações entre os membros do grupo.

      Valor

      R$ 150.000,00

      Duração

      12 meses

      Ano

      2022
  • Sistemas alimentares

    WTT— World-Transforming Technologies

    A WTT é uma organização sem fins lucrativos com a missão de promover a inovação como  ferramenta para superar desafios da sociedade e do meio-ambiente. A iniciativa tem por objetivo a disseminação de inovações tecnológicas e sociais,  com o intuito de oferecer respostas eficazes aos grandes desafios sociais e ambientais de nosso tempo.
    Saiba mais
    • Inovação orientada à agricultura familiar de base ecológica

      Sobre a doação

      Apoio para o programa “Agricultura Regenerativa” do COI Centro de Orquestração de Inovações da WTT, que busca fortalecer a agricultura familiar de base ecológica e acelerar a transição da agricultura tradicional para esse modelo, através do desenvolvimento de inovações que respondam aos seus desafios e impulsionem as suas oportunidades. Por meio do apoio espera-se: (i)  produzir dois estudos que trarão visibilidade aos desafios sócio-técnicos da agricultura de base ecológica; (ii) criar um mapa para o desenvolvimento de inovações científico-tecnológicas que favorece os desafios da agricultura regenerativa familiar no Brasil; (iii) posicionar a ciência brasileira como uma importante contribuição para o desenvolvimento da agricultura de base ecológica no país e dar visibilidade às pesquisas promissoras e inovadoras relacionadas ao tema realizadas por pesquisadores brasileiros. 

      Valor

      R$ 240.000,00

      Duração

      10 meses

      Ano

      2021
    • Transição agroecológica como uma agenda estratégica para a ciência nacional

      Sobre a doação

      Apoio voltado ao programa em Agricultura Regenerativa do COI – Centro de Orquestração de Inovações da WTT, para fortalecer a agricultura familiar de base ecológica e acelerar a transição agroecológica por meio do desenvolvimento de inovações que respondam aos seus desafios e impulsionem as suas oportunidades. Com o apoio, a iniciativa espera: (i) incidir em políticas públicas de inovação voltadas à promoção de agrossistemas sustentáveis; (ii) incluir e aumentar a participação de agricultores, setor privado e outras partes interessadas em instâncias que influem e definem a agenda nacional de pesquisa; (iii) a integração de estratégias de inovação orientada por missões que incorpore saberes e conhecimentos dos agricultores como um dos elementos estruturantes do processo de desenvolvimento territorial/local, entre tantos outros. 

       

      Valor

      R$ 240.000,00

      Duração

      24 meses

      Ano

      2023

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