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Ibirapitanga indica: visões femininas negras da América Latina e do Caribe

Equidade racial
25.07.2022

Da esquerda para a direita: Diana Mendes, Manuela Thamani, Mohara Valle e Tássia Mendonça |

Com referências de diferentes lugares da região, enaltecendo a multiplicidade de plataformas e a diversidade identitária, nossa newsletter de julho traz indicações feitas pelas mulheres negras da equipe do Ibirapitanga para ler, ouvir e assistir a visão de mulheres negras latino-americanas e caribenhas, no mês em que sua contribuição é visibilizada. Confira a seguir as indicações de cada uma em primeira pessoa.

INDICAÇÕES POR DIANA MENDES

Gestora de portfólio do programa Equidade racial do Instituto Ibirapitanga

1 | Marcela Bonfim

A fotógrafa brasileira, de Rondônia, colunista no Nós, mulheres da periferia, é idealizadora do projeto “(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta” –  projeto de militância e reflexão das artes visuais, no campo da antropologia visual, sobre a constituição e memória da população negra brasileira na região amazônica.

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2 | Paula Marcela Moreno

Paula nasceu em Bogotá. Foi Ministra da Cultura e se tornou a primeira mulher de ascendência africana, e a mais jovem da história, a ocupar o cargo. Foi também reconhecida como uma das mulheres mais influentes do mundo em 100 Mulheres pela BBC, bem como uma das líderes afrodescendentes mais influentes do mundo pelo Programa Fulbright. O seu livro mais recente é um livro de memórias intitulado “O Poder do Invisível” (“El poder de lo invisible”) (2010).

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3 | Danay Suarez

Cubana, rapper e cantora de R&B, começou sua carreira em 2007 e, dez anos depois, foi indicada ao prêmio de Melhor Álbum no Grammy Latino.

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INDICAÇÕES POR MANUELA THAMANI

Coordenadora de operações do Instituto Ibirapitanga

1 | Betsayda Machado y Parranda El Clavo

Betsayda é venezuelana e a belíssima voz à frente da banda. A conheci há um tempo pelo Tiny Desk Concert, da NPR, o qual recomendo assistir para sentir o sabor dessa potência sonora. E, caso vocês fiquem com gosto de quero mais, deliciem-se ouvindo o álbum Loe Loa — simplesmente contagiante.

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2 | Liniker em Youtube Black Voices

Em 2021, Liniker lançou o álbum Indigo Borboleta Anil, no qual nos brinda e transita por diferentes gêneros musicais, penso eu que seja um traço que dialoga com sua personalidade, enquanto artista múltipla. Recentemente algumas músicas desse trabalho nos foram apresentadas por meio de um novo formato, no projeto Youtube Black Voices, gravadas no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo e acompanhadas pela Orquestra Sinfônica de Heliópolis. A mistura do clássico com o contemporâneo ficou sublime.

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3 | Chef Aline Chermoula 

No livro infantil “Cozinheirinhos da Diáspora: saberes e sabores de nossa culinária ancestral e afetiva”, a Chef Aline Chermoula reforça laços de afetividade tendo como base práticas alimentares da culinária afrodiaspórica. O momento da introdução e consolidação alimentar de bebês e crianças é chave para a relação que terão futuramente com a alimentação. Atrelar esse momento tão especial ao resgate e contribuição dos africanos na culinária brasileira, é dar sabor à história. É lindo!

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INDICAÇÕES POR MOHARA VALLE

Gestora de conteúdo do Instituto Ibirapitanga

1 | Rafaela Pinah

Pesquisadora de tendências, diretora criativa do Coolhunter Favela e stylist, Rafaela Pinah trás um olhar único para a moda e cultura, a partir de um resgate decolonial voltado à produção estética de povos e comunidades negras. É o nome à frente de direções, produções e colaborações com Colors Studios, Angela Brito e Silva Produtora, três iniciativas que eu também admiro. O Coolhunter Favela, que eu indico aqui, é descrito pela pesquisadora e criativa de Realengo, Rio de Janeiro, como “lab de pesquisas etnográficas, que busca localizar e decodificar tendências e movimentos populares brasileiros”.

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2 | Suzanne Césaire

Nascida na Martinica, Suzanne Césaire foi professora, acadêmica, ativista anticolonial, feminista e poeta surrealista. Fundou a revista “Tropiques”, junto ao marido, Aimé Césaire, e a René Ménil, na qual escreveu sete ensaios que estão reunidos no livro “A grande camuflagem: escritos de dissidência”, cuja tradução brasileira foi lançada em 2021. Apesar da baixa visibilidade que lhe foi conferida na história, a autora foi fortemente ativa com sua escrita no período da Dissidência, movimento de 1940 a 1943, nas Antilhas e na Guiana Francesa, contra o regime de Vichy, marcado pelo lógica ditatorial, xenófoba, anti-semita e tradicionalista.

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3 | Milena Manfredini

Milena Manfredini é cineasta, antropóloga, artista visual e curadora independente. Conheci seu trabalho por um documentário experimental que passou a ser um dos meus favoritos, “Eu preciso destas palavras escrita”, que faz um mergulho no universo do artista Arthur Bispo do Rosário. Sua produção cinematográfica tem circulado em diferentes festivais e fica aqui a indicação do seu filme que está disponível on-line, “De um lado do Atlântico”.

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INDICAÇÕES POR TÁSSIA MENDONÇA

Analista do programa Equidade racial do Instituto Ibirapitanga

1 | Maternidade Sapatão  

Criado pela coletiva Maternidade Sapatão e apresentado pelas suas criadoras – Aline Brito e Alessandra Ayabá – o podcast Maternidade Sapatão tem sete episódios que trazem diálogos diversos a partir da percepção de mulheres negras lésbicas e periféricas na constituição de famílias negras. São conversas gostosas, com convidadas de coletivos e movimentos de mulheres negras, abordando desde questões políticas mais abrangentes até questões de cuidado e cotidiano.

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2 | Ynaê Lopes 

No livro “Racismo brasileiro: uma história da formação do país”, a historiadora Ynaê Lopes elabora uma interpretação sobre a construção do Brasil centralizando a questão racial e a perspectiva das pessoas negras e indígenas. Ela se coloca na contramão de obras do gênero, em geral de autoria branca e masculina. Uma boa leitura para fazer casada com o Projeto Querino, que acaba de ser anunciado e contou com consultoria em História da autora. 

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3 | N.I.N.A.

A rapper Nina do Porte – “A Bruta, a Braba, a Forte”, é uma artista negra, de 22 anos, cria das favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro. ‘Pele’ é seu álbum de estréia, de letras fortes e batidas incríveis que vão do funk, ao trap e reggaeton. Sua arte anuncia a mulheridade preta, favelada e dissidente.

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