Agenda: Julho das Pretas e mais ações em torno do Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha é um importante marco anual do movimento de mulheres negras e, no Brasil, irradia ao longo de todo o mês de julho uma agenda estratégica que articula o pensamento e ação desse que é o maior segmento populacional no país, na intersecção entre raça e gênero.
Importante estratégia nesse contexto, o Julho das Pretas compõe uma agenda conjunta com organizações e movimentos de mulheres negras, para o fortalecimento da sua ação política coletiva e autônoma.
Dando continuidade ao tema de 2023, o Julho das Pretas deste ano centraliza a mobilização para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver — a 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras — que acontecerá em novembro de 2025 com 1 milhão de mulheres em Brasília.
A agenda coletiva do Julho das Pretas alcançou um novo recorde em 2024, com 533 atividades, realizadas por mais de 250 entidades, em 23 estados e no Distrito Federal, além de estender-se também ao Uruguai e à Argentina.
No dia 25 de Julho de 2024, foi lançado o Manifesto do Julho das Pretas rumo à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem viver | Brasília – 2025 pelo Comitê Impulsionador da Marcha.
O Julho das Pretas, bem como a construção da Marcha, são impulsionados pela AMNB — Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras, a Rede de Mulheres Negras do Nordeste, a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira e por centenas de outras organizações de mulheres negras ou comprometidas com a luta pelo fim do racismo. A ação foi criada em 2013 por Odara – Instituto da Mulher Negra.
Confira aqui a agenda completa de 2024 do Julho das Pretas.
A seguir, destacamos ações de organizações donatárias do Ibirapitanga em torno do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Algumas delas também compõem a agenda do Julho das Pretas.
Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba (PB)
No dia 18 de julho, a Abayomi realizou o lançamento do “Dossiê 20 anos da Lei 10.639/2003: a Paraíba fez sua lição?”, em evento na Universidade Federal da Paraíba.
Casa Sueli Carneiro (SP)
De 6 a 27 de julho, a Casa Sueli Carneiro está oferecendo o curso “Introdução à História das Mulheres Negras no Brasil”, com o objetivo de apresentar as principais frentes de pesquisas sobre o tema e, também, o papel das mulheres negras na formação social, cultural, política e econômica do Brasil entre os séculos XVIII e XXI. O curso é ministrado por Taina Santos, coordenadora de educação e pesquisa da Casa Sueli Carneiro.
CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (SP)
No dia 31 de Julho, o CEERT realizará via Zoom a aula aberta “Mulheres Negras: interseccionalidade, racismo ambiental e transição justa”, para agregar às discussões do Julho das Pretas, com a participação de Giselle dos Anjos Santos, doutora em História Social pela USP e pesquisadora do CEERT; Winnie Nascimento, doutoranda em Psicologia Social e do Trabalho pela USP, pesquisadora e coordenadora da área de mercado do trabalho do CEERT; e Gabriela Alves, co-fundadora do Instituto Perifa Sustentável e fundadora do laboratório social Gota do Oceano. Serão emitidos certificados às/aos participantes.
Criola (RJ)
No dia 18 de julho, Criola lançou a websérie Negras na História. A série reúne pílulas no Instagram e vídeos completos no canal do Youtube realizados por nanoinfluenciadoras, que contam histórias de outras mulheres negras relevantes em sua vida ou comunidades – desde mães e avós até líderes comunitárias ou figuras públicas.
No dia 27 de julho Criola lançará a campanha Crescer com Cuidado, em defesa de mais creches e de uma primeira infância sem racismo. No dia 28/07 a organização fará a cobertura da Marcha de Mulheres Negras do Rio de Janeiro.
Imena – Instituto de Mulheres Negras do Amapá (AP)
No dia 27 de julho, Imena realizará em Macapá uma roda de conversa com meninas negras de 9 a 14 anos, para conectá-las com as temáticas que permeiam a construção da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver.
Saiba mais sobre a roda de conversa
Instituto Afrolatinas (DF)
A 17ª edição do Festival Latinidades homenageia Rita Marley, Sister Nancy, Alaíde Costa e Sandra Sá, trazendo o tema “Vem Ser Fã de Mulheres Negras” – um chamado para reconhecermos e celebrarmos a força transformadora das mulheres negras. A programação se estende por quatro cidades – de 5 a 7 de julho, em Salvador; 20 de julho, em Goiás; de 25 a 27 de julho, em Brasília; e 26 de julho, em São Paulo.
Instituto Marielle Franco (RJ)
No dia 15 de julho, o Instituto Marielle Franco lançou a edição 2024 da campanha Não Seremos Interrompidas. No dia 25 de julho, a organização realiza o evento “Nossa Força Move América Latina”, em parceria com a AMUAFROC – Associación de Mujeres Afrocolombianas, no Muhcab, Rio de Janeiro. O evento é uma celebração à organização política e às conquistas de mulheres negras na América Latina, bem como faz um chamado à sociedade para o compromisso de fortalecer a participação e representatividade de mulheres negras na política na região. Participam do evento lideranças da sociedade civil organizada e autoridades colombianas e brasileiras.
Movimento Mulheres Negras Decidem (Nacional)
No dia 6 de julho, o Mulheres Negras Decidem lançou o livro “Estamos Prontas: Lições de Lideranças Negras Coletivas nas Eleições Brasileiras”, na agenda oficial do Julho das Pretas.
Nós, mulheres da periferia (SP)
O Nós, mulheres da periferia está veiculando uma campanha nas redes sociais, com o selo “Julho das Pretas”, para indicar conteúdos de mulheres negras voltados ao contexto do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.
Odara — Instituto da Mulher Negra
Organização idealizadora do Julho das Pretas e com forte atuação em sua organização, Odara também conduziu uma série de atividades durante o mês, entre elas, rodas de conversa sobre negras parlamentares, juventudes e mulheres negras na comunicação; audiências públicas com os temas “Mulheres Negras Quilombolas e Periféricas em Defesa de Direitos e Pelo Bem Viver” e “Mulher Negra Quilombola, Políticas Públicas e Direitos Negados”; e formação com professores.
No dia 25 de Julho a organização está à frente da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, na Bahia, este ano com foco na mobilização rumo à Marcha homônima que acontecerá em novembro de 2025, em Brasília.
A organização está também organizando o “Ato Público: Por Justiça a Elitânia de Souza e Todas as Mulheres Vítimas de Feminicídio”, na porta do Fórum que estará julgando o caso de feminicídio de Elitânia de Souza, no dia 31 de julho.