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Sistemas alimentares

O programa Sistemas alimentares tem como objetivo contribuir para a construção de sistemas alimentares saudáveis, justos e sustentáveis. A maneira pela qual a sociedade produz, distribui e consome alimentos tem profundo impacto na saúde das pessoas, nas relações sociais e no meio ambiente. Essas dimensões interagem e se reforçam, podendo contribuir tanto para a construção de um ambiente saudável, como para o aprofundamento da deterioração das condições de vida no planeta. Os sistemas alimentares são também produtores de cultura e de valor, o que permite transformar positivamente a relação da sociedade com culturas tradicionais e alterar os termos da distribuição de riqueza nas cadeias alimentares, prevenindo, assim, a erosão de padrões alimentares locais.

Conheça as doações desse programa.

O programa apoia organizações e iniciativas a partir de quatro  objetivos estratégicos:

Política de doações →
  • Apoiar processos de transição agroecológica fortalecendo políticas públicas, pesquisa e inovação

    A transformação dos sistemas alimentares dominantes passa pela reconfiguração das formas de produção e das estruturas de beneficiamento, distribuição e comercialização de alimentos. Cadeias alimentares que valorizem a biodiversidade, o fomento a circuitos curtos de produção e consumo de alimentos, relações justas de trabalho e o fortalecimento de dietas alimentares locais, capazes de centralizar o papel de pequenos produtores, povos e comunidades tradicionais, são caminhos para enfrentar, ao mesmo tempo, a crise climática e a má nutrição, promovendo sistemas alimentares saudáveis, justos e sustentáveis.

     

    Os processos de transição agroecológica orientados à ampliação da produção de alimentos saudáveis, ao desenvolvimento rural sustentável, ao enfrentamento  às mudanças climáticas, à ampliação da sustentabilidade dos agroecossistemas e biomas brasileiros devem levar em conta três pilares: políticas públicas para garantia de direitos e ampliação de a capilaridade e escala a experiências já consolidadas; pesquisa, como forma de produzir e disseminar conhecimentos de forma integrada aos saberes tradicionais; e inovação a partir de tecnologias sociais e do aprimoramento de equipamentos e ferramentas, para escala de produção, comercialização, coalizão de atores.

     

    O Ibirapitanga apoia iniciativas de qualificação das políticas de assistência técnica voltadas à agricultura familiar, de aprimoramento e implementação da regulação do uso de agrotóxicos no Brasil, de estímulo à inovação e às tecnologias sociais agroecológicas orientadas pelas especificidades dos biomas brasileiros e de fortalecimento da atuação da sociedade civil do campo alimentar no debate climático.

  • Ampliar o acesso regular à alimentação saudável e culturalmente adequada

    Em todo o mundo, milhões de mortes evitáveis são atribuídas a doenças crônicas não-transmissíveis relacionadas aos padrões alimentares não saudáveis, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e câncer, que pressionam os sistemas de saúde e as economias.

     

    A má nutrição nas suas diferentes formas — obesidade, desnutrição e fome — é a principal causa da saúde precária no mundo, com altos índices de incidência que contrariam a melhoria histórica dos indicadores de saúde como expectativa de vida, mortalidade materna e infantil e mortes por doenças infecciosas. O combate a má nutrição, a partir de uma visão sistêmica passa pela reorganização dos sistemas de abastecimento alimentar, a partir da valorização de circuitos curtos, da produção local e da agricultura de base agroecológica.

     

    O Ibirapitanga apoia iniciativas de qualificação e implementação de políticas públicas e tecnologias sociais de segurança alimentar e nutricional, bem como de fortalecimento da implementação e monitoramento do PNAE — Programa Nacional de Alimentação Escolar, para ampliar a oferta de alimentos saudáveis, condizentes com as culturas locais, com a participação da agricultura familiar no fomento às escolas públicas. 

  • Promover dietas saudáveis e sustentáveis

    Instrumento reconhecido mundialmente, o Guia Alimentar para a População Brasileira traz a recomendação oficial do governo brasileiro para a alimentação da população e baseia-se na classificação Nova, que categoriza os alimentos de acordo com seu grau de processamento.  Essa abordagem inovadora ampliou o debate sobre alimentação saudável ao incorporar aspectos como a cultura alimentar e diretrizes oficiais para a redução do consumo de ultraprocessados.

     

    No entanto, o Guia passou a ser alvo de ataques de setores ligados ao agronegócio e à indústria de alimentos, que enxergam na classificação Nova uma ameaça aos seus interesses econômicos. Em 2020, o Ministério da Agricultura solicitou formalmente sua revisão, criticando a classificação como “confusa” e alegando que ela limitaria a autonomia alimentar da população — argumento frequentemente usado por representantes do lobby do setor privado. 

     

    O Ibirapitanga apoia iniciativas voltadas à  qualificação e implementação de regulações para a redução de consumo de ultraprocessados, à articulação para incorporação do Guia Alimentar  às políticas públicas intersetoriais e ao  fortalecimento de ambientes alimentares institucionais promotores de alimentação saudável.

  • Fortalecer a governança dos sistemas alimentares

    A influência de interesses privados na formulação de políticas públicas é considerada um dos principais entraves para o desenvolvimento, a implementação e a manutenção de programas e políticas voltados à alimentação e nutrição e à saúde. O atual cenário de influência de corporações sobre escolhas de consumidores que são prejudiciais à saúde é reconhecido como parte dos “determinantes comerciais da saúde” por pesquisadores, organizações da sociedade civil e pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS).

     

    Para promover políticas alimentares mais justas e eficazes na garantia do direito à alimentação adequada, é necessário o fortalecimento dos mecanismos regulatórios capazes de fazer enfrentamento aos conflitos de interesse que envolvem o agronegócio e a indústria de alimentos.  A participação social qualificada e a atuação de redes, articulações e coalizões da sociedade civil têm sido centrais para garantir que decisões políticas priorizem o bem-estar da população, a saúde pública e a sustentabilidade ambiental.  

     

    O Ibirapitanga apoia iniciativas de ampliação da capacidade de controle social nos planos nacionais de segurança alimentar e nutricional, bem como de abastecimento e produção orgânica e agroecológica; de fortalecimento e incorporação de mecanismos regulatórios voltados à redução da interferência do agronegócio e da indústria de alimentos nas políticas alimentares; e de fortalecimento de redes, articulações e coalizões da sociedade civil e coordenação de ecossistema. 

64
doações ativas em 2024
60
organizações apoiadas em 2024
R$12,9M
valor total doado em 2024
R$192,5K
mediana dos apoios em 2024

Taxa de permanência das organizações no portfólio em 2024

Renovação e novos apoios de 2017 a 2024

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    • Fortalecimento Institucional do Coletivo Nzinga de Belo Horizonte

      Sobre a doação

      Apoio para viabilizar o projeto “Mulheres negras fortalecidas e articuladas por reparação e bem-viver”, que busca enfrentar os efeitos do racismo estrutural e da desigualdade de gênero sobre as mulheres negras em Minas Gerais. Por meio do apoio, será possível estruturar a sede do coletivo em Belo Horizonte, contratar equipe estratégica e desenvolver ações formativas e de mobilização nos dez territórios do estado, especialmente em regiões com menor acesso à informação. O projeto prevê ainda a realização do 2º Encontro Estadual de Mulheres Negras e a articulação da participação mineira na 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras, marcada para novembro de 2025. 

      Valor

      R$ 150.000,00

      Duração

      12 meses

      Ano

      2025

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